
Um dos principais motivos para queremos passar um tempo em Johannesburg era a ida ao Lion Park pela possibilidade de interagir com filhotes de leões, dentre eles os de cor branca, o que para uma Felícia como eu prometia ser o ápice da minha viagem.
Bom, o Lion Park é uma das atrações de melhor avaliação na região e em qualquer reduto de turistas, você encontra facilmente uma dezena de folders sobre este parque. Mesmo sem investigar a respeito do que se tratava, e apenas com a informação de que no parque trabalham voluntários do mundo todo que pagam pequenas fortunas para cuidar dos filhotes de leões, lá fomos nós borbulhando de expectativas e com um único pensamento na cabeça: ” será que tem filhotinhos de leão?”!!!
Com mapas, folders, Waze e nossos dois GPSs, um brasileiro e um africano, não havia como se perder. Mesmo se toda a tecnologia desse errado e as letras dos mapas se apagassem, ainda teríamos as placas para nos avisar que estávamos chegando.
De Sandton, onde nos hospedamos, até o Lion Park leva-se em torno de 40 minutos de carro. Chegamos pela manhã por volta de umas 9h. Estacionamos em frente ao parque. Lá você tem opção de embarcar nos jipes e fazer o roteiro devidamente “enjaulado” ou desembolsar um pouco mais para fazer o mesmo percurso com seu próprio carro acompanhando por um guia. O suposto safári dura algo em torno de 40 minutos e começa com um percurso por um grande sítio com animais herbívoros soltos pelo pasto, entre eles ímpalas, kudus, gnus e outros animais semelhantes que logo se tornariam figuras constantes em nossos dias posteriores.
De volta ao suposto safári, era evidente que os leões não estariam soltos, do contrário este sítio seria um cemitério de carcaças. Os leões ficam agrupados em áreas cercadas que, exceto pelas grandes dimensões, não difere muito das jaulas de tradicionais zoológicos. Apesar disso, observá-los tão de perto é hipnotizante. O parque possui muitos exemplares do raro leão branco, além dos “tradicionais” amarelos. São todos lindos, enormes e imponentes. Durante o safári , além de visitar os campos dos leões, você ainda visita a cheetah ( nosso conhecido guepardo), as hienas e os cachorros selvagens.


Mas o ponto alto desse tour seria sem dúvida a visita a “creche”. Desembolsando um pouco mais você entra no cercado dos filhotes e pode ficar por alguns minutos interagindo com eles, mas esse tempo varia com a boa vontade do voluntário e do número de pessoas na fila. No dia em que fomos, por volta das 11h praticamente não havia fila. No cercado, entrávamos duas duplas por vez. No nosso caso, acho que ficamos mais do que 15 minutos e pudemos tirar inúmeras fotos, acariciá-los e até brincar um pouquinho com eles. No nosso caso, os leões que se se encontravam na creche já deviam estar entrando na puberdade, pois tinham cerca de seis meses e eram bem maiores do que meus cachorros, o quê nos deu um certo medo logo de início. Havia uns cinco filhotes naquele dia e posteriormente, fomos informados que eles trocam os leões ao longo do dia para que eles não tenham que passar o dia inteiro ali sendo aborrecidos por nós humanos. O responsável também informou que a idade limite para estes filhotes ficarem por lá não ultrapassa muito os seis meses.
Além do safári e da interação com os pequenos leões , o parque oferece outras atrações e uma delas é a interação com a girafa. Você compra uma pequena porção de ração, sobe no deck e aguarda por ela para que coma em suas mãos. Nessas horas, vale sempre lembrar para nós, turistas super empolgados, que comprar a ração não necessariamente compra a vontade dela de comê-la….e não é que aconteceu?! Bem na nossa vez!
O parque também oferece a possibilidade de agendar uma caminhada com a cheetah, por uma bagatela de 500 rands (algo em torno de R$ 125,00 reais). Recomendo que este passeio seja agendado com pelo menos um dia de antecedência.
Voltando aos filhotes de leões, por mais que digam ser seguro, não há como ficar totalmente à vontade, principalmente após a primeira patada na sua mão ou perna. Com o passar dos minutos, você se acostuma e até ensaia uma brincadeirinha com os babys que estão acordados. É muito legal? É. É lindo e fofo? É. É seguro? Depende. É correto? Definitivamente não.
A segurança é sempre relativa, pois são animais selvagens, com força, dentes e garras cujo potencial para te machucar você só percebe quando já está machucado, assim como aconteceu comigo. Tá bom, foi um machucadinho leve, mas foi o suficiente para redobrar a atenção. Então se tiver com crianças pequenas, fica o alerta.


Se é correto? Nada neste parque parece ser correto. A começar pela falta de liberdade dos animais e pelo fato dos mesmos serem alimentados por humanos. Perguntei:” – Os animais soltos naquela parte do parque são criados para alimentar os leões?” A resposta foi:” – não!” Ok, não insisti. Os filhotes de leões, além de passarem várias horas na tal creche fazendo a nossa alegria, são separados ainda muito jovens de suas mães que, sem eles, voltam mais rapidamente a acasalar e a se reproduzir para manter o parque abastecido com filhotes para os turistas. Alguns dos filhotes até são criados junto às mães e você os visita no safári, mas na realidade a grande maioria não é.
Porém o pior sobre este e outros parques, eu só fui descobrir ao longo dos dias em que estive na África do Sul: a indústria que serve ao Canned Hunting: um crescente e lucrativo negócio na África do Sul. Resumindo, existem várias fazendas e parques que reproduzem leões e que os vendem depois de crescidos para outras fazendas onde serão caçados por outra espécie de turista que paga alguns milhares de dólares para obter seu troféuzinho. É por esta razão que existe hoje um grande movimento naquele país contra os parques que promovem a reprodução desenfreada de leões com a finalidade de servir a industria do turismo, pois o quê se questiona hoje é: “Se sempre há filhotes nos parques, para onde eles vão quando crescem? “. Definitivamente a população do parque parece não ser compatível com a produção de filhotes. E a há por lá uma grande desconfiança dos parques que promovem o cub petting, que é esta experiência de interação com filhotes de animais selvagens.
Longe da hipocrisia, precisamos deixar claro que embora não fosse exatamente como no nosso imaginário, sabíamos que no Lion Park não veríamos os animais livres em seu habitat natural, assim como sabíamos do custo ecológico por trás da interação com os filhotes. Apesar disto e sem conhecimento desse mercado, como milhares de outros turistas, resolvemos nos dar esta experiência. Mas não posso deixar de dizer que depois de ter descoberto que o buraco é muito mais embaixo, junto aos momentos incríveis que o parque nos proporcionou, ficou também uma consciência bastante pesada! Se o Lion Park faz ou não parte desta indústria, eu não sei dizer, mas vale a pena pesquisar, refletir e pensar duas vezes sempre que for visitar um destes parques. Saiba mais sobre o canned hunting clicando aqui.

Saindo do Lion Park, seguimos rumo ao Crocodile and Reptile Park ou Croc City, que fica na mesma estrada do Lion Park, a cerca de 5 minutos de carro. Para nós, esta seria a primeira e última vez que veríamos crocodilos em nossa viagem, infelizmente. E só por isso valeu a pena…rs. Este parque, que também é uma fazenda, cobra um pouco caro demais pelo o que oferece. Uma visita de uma hora é mais que suficiente. Lá, você caminha por um circuito de pontes que se erguem sobre os lagos artificiais com dezenas de crocodilos que estão em cercados e separados por faixa etária. Este circuito pode ser feito guiado ou por sua conta mesmo. Existe a possibilidade de fazer uma curta tirolesa por cima de um dos lagos. Além disso, há uma exposição de cobras e aranhas onde o guia, além de explicar sobre as principais espécies, retira algumas para interagir com você. No caso, disfarce o medo porque quando você menos esperar ele vai por a Píton sobre você.



Onde: R114, Honeydew, 1747 .
GPS: S 25 59′ 35″; E 27 55′ 47″
Passeio guiado com interação com filhotes: 300 rands
Pacote de ração para a Girafa: 30 rands
Onde: R114
GPS: -25.976892, 27.944326
Entrada: 70 rands ( adulto)
Olá! Parabéns pelo blog.
Tenho dúvidas: você comprou os tickets para o Lions Park e Croc City antecipadamente? Se sim, em quais sites?
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Compramos nas bilheterias no mesmo dia!
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Ola!
com todas essas discussões estou cada vez mais animada para ir a Africa do Sul com minha familia e tambem ao Lion Park!! Para quem ja foi, vale a pena fazer o mini safari de 1,5 hora ou o completo de 3 horas? De lá partirei ao Kruger Park apenas para Self Drive! Serao experiencias bem distintas, mas gostaria da dica de quem ja foi
obrigada
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Olá. Eu fui uma das pessoas que ‘pagou uma pequena fortuna” pra voluntariar no Lion Park, e receio dizer que seu ponto de vista em relação ao animais, apesar de responsável, está totalmente errado. Todos os animais que estão ‘presos’ e disponíveis na área de visitação livre do parque são animais que estiveram doentes e estão em reabilitação e/ou foram abandonados e excluídos de suas famílias. Os filhotes com os quais é possível interagir são provenientes dos animais adultos que estão na área de visitação com o carro, e que foram rejeitados por suas mães e correriam o risco de serem mortos pelos pais. Como ressaltou em seu texto, há grande preocupação com o bem estar desses animais, e os cuidados vão muito além do que os visitantes observam em sua visita (o trabalho dos voluntários e funcionários do parque é, na maioria, realizado em off, no ‘backstage’). Inclusive, uma dos turnos de trabalho dos voluntários é na enfermaria/incubadora, nos quais são dados cuidados essenciais a filhotes recém nascidos e com risco de vida.
E a grande questão: para onde vão os animais ao deixarem de ser filhotes? O parque possui uma imenso santuário reservado para estes animais, fica a alguns minutos dali de carro, e não é possível a visitação. Como voluntário, fui algumas vezes até lá, onde os animais são separados apenas por espécie (por assim terem sido criados desde o nascimento) e recebem toda atenção necessária até o resto de suas vidas. É uma área muito grande, de proporções de safari, e há grande apoio de toda a população da região para que essa área seja preservada.
Enfim, por mais que haja a sensação de exploração dos animais no Lion Park, garanto que o trabalho realizado lá contribui de inúmeras maneiras para a preservação dos animais; e a ‘exploração monetária’ em cima das visitas tem como principal justificativa a manutenção do santuário e dos funcionários do local.
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Olá Juan
Se o meu ponto de vista estiver errado e esse parque for uma exceção, honestamente, me sentirei com a consciência bem mais tranquila. Obrigada por compartilhar o relato!
Vou pesquisar sobre o santuário em questão.
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Prezada Carla, adorei o blog, está sendo realmente muito legal ler tudo, especialmente, os comentários sobre o Lion Park. Estamos, minha companheira e eu, com viagem agendada para a África do Sul, em 13/11 próximo, e a tendência é não visitar esse parque. Queria também pedir uma orientação sobre como fazer para acessar o Kruger Park, pois alugamos um carro para seguir de Joanesburgo até lá, onde ficaremos hospedados em Hazyview, por 2 noites e quase 3 dias. Entendi que, partindo dali, dá para ir, tranquilamente, via Panorama Route até a região do Blyde River Canion e visitar aquelas maravilhas sem problema, sem guia, apenas com uso de GPS, placas, mapa etc. Minha dúvida é sobre o passeio ao Kruger, pois li na Viagem e Turismo que há um Game Drive ofertado pelo próprio Kruger Park, até por um preço bem acessível, mas que deveria ser reservado com antecedência. Não consegui encontrar a oferta desse passeio no site do Kruger. Então estou na dúvida se é bem tranquilo acessar o parque de carro, se é essencial esse game drive, a importância de contratar um guia para o passeio com o próprio veículo, também tem a questão do fechamento do parque, pois estando hospedado fora, não sei se daria para fazer o game do final da tarde. O tempo é bem curto, já que teremos apenas dois dias (entre o nascer e o pôr do sol) inteiros na região, já que também visitaremos Cape Town, na mesma viagem. No que tu podes nos ajudar nesse sentido?
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Ely você até pode fazer seus games sozinho, dentro do horário de funcionamento do parque. Mas, honestamente, os melhores horários são bem cedinho com o sol levantando e ao ao final da tarde, no por do sol. Talvez vc não consiga entrar no parque nesses horários. Além disso, acho que ao contratar um Safari vc eleva consideravelmente suas chances de ver os Big Five. Esses caras sabem onde ir e se comunicam uns com os outros.
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Nossa, acho que esse texto e as discussões nos comentários foram um dos maiores achados no planejamento de minha viagem. Vou para África do Sul em junho e sempre sonhei em interagir com os filhotes de leão. Por um lado, algo dentro de mim dizia que aquilo não era certo. Mas a curiosidade (e o egoísmo) falavam mais alto. Depois de todas essas informações, decidi abrir mão desse passeio. Acho que nenhum capricho nosso justifica o sofrimento animal.
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Que bom que a discussão te ajudou a se posicionar sobre o passeio!! Que você faça uma ótima viagem!
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Perfeito !!!Otima decisão !!!
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Bom dia !
Acho muito fácil qualquer pessoa “leiga” vir na net e escrever um “artigo” sobre o que “acha correto ” sobre os filhotes de leões da África , pesquisando apenas superficialmente e colocando assim peso e culpa nas pessoas que lá foram ou pretendiam ir . Acredito que não vivemos em mundo perfeito e “correto” , em vista disso creio que o mais importante que fazer qualquer tipo de apologia ou polêmica a qualquer coisa que seja deveríamos tentar seguir o caminho do meio sempre , Procurando não alimentar a exploração cruel de pessoas , recursos e animais , em nosso dia a dia , porém sem a utópica visão de que não visitar um parque desse onde os animaisnwo estão dopados , são bem tratados , cuidados e alimentados o mundo será melhor e mais “correto” , se esquecendo ou fingindo que não vemos o bife do nosso prato nas nossas refeições diarias , onde para isso milhares e milhares de animais são submetidos a crueldades para alimentar um sistema de alimentação que está cada vez mais e mais enriquecendo milhares de pessoas e empresas e saciando o prazer de outras tantas . Não estou aqui fazendo apologia ao veganismo até porque não sou uma vegan , mas acredito que podemos ter mais consciência nas nossas escolhas “diárias” para tentar amenizar e diminuir esse mercado alimentício que tanto destrói a natureza e os animais muitas vezes não por necessidade de nos suprir de alimentação , mas por ganância e desrespeito mesmo , que é o que está acontecendo . Sendo assim podemos escolher nos alimentar de menos industrializados , de menos animais e etc … e assim fazendo escolhas diárias mais conscientes acredito que deixamos de alimentar esse sistema cruel onde vivemos e conseguimos apenas diminuir isso , porém acabar jamais , até pq é um ciclo onde uma coisa depende de outras tantas e por aí vai. Agora deixemos de hipocrisia e vamos olhar um pouco mais para nossas atitudes diárias e ver se estão em acordo com a “preocupação ” com o meio ambiente e a natureza ou estão de acordo até o ponto onde nos favorece .
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Já fiz inumeros safaris para observar animais em seus habitat naturais. Na Africa para ver os big 5, gorilas em Uganda, onças pintadas no Pantanal, diversos animais na amazonia, ursos no Alaska, tigres na India, pinguins na Patagonia entre outros. Muitos anos atrás tive a oportunidade de caminhar com leoes em campo aberto em Zambia ( https://www.youtube.com/watch?v=qbnzz6knPfU – eu estou de boné branco ). Estive no Lion Park a primeira vez 1 ano atrás e oobjetivo era exatamente interagir com leoes bebês. Em teoria concordo que os animais nao deviam ficar presos, nem longe de suas maes, nem ser criados para caça,etc. Do ponto de vista pratico, pergunto, é melhor ter esse tipo de turismo como meio de conscientizar as gerações futuras ou é melhor nao ter essa alternativa e escancarar a caça ilegal desses animais para ve-los virtualmente desaparecer? como com os rinocerontes, onças, gorilas e outros? Apenas para efeito de comparação, creio os males que esse tipo de turismo traz sao bem menores que fechar os olhos e apenas adotar um discurso politicamente correto mas de efeito pratico nulo. Assim como descriminalizar as drogas e o aborto sob regras claras é melhor do que ter ambos realizados livremente com a maior hipocrisia.
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Ely, discordo um pouco da sua visão.
Eu acho que a questão aqui não é condenar as instituições que “vendem” a vida animal para entretenimento, apesar de olhar para elas com muitas ressalvas. Particularmente penso que quando uma Instituição séria quer fazer turismo com consciência ecológica, ela encontra vários meios de fazê-lo e com muitas contrapartidas sociais e ambientais. Eu mesma já visitei alguns zoológicos e parques que tem essa pegada. Na África do Sul conheci dois projetos bem diferentes do Lion Park: O Cheetah Outreach project e o Drakenstein Lion Park. Em breve vou escrever sobre eles por aqui.
A questão do Lion Park em específico é o possível destino final dos filhotes com os quais interagimos. Digo possível, pois não sei se o parque já está na lista negra de fornecedores para o mercado da caça. O canned hunting é algo bem sério e que tem provocado discussões importantes sobre o assunto na África do Sul.
Uma coisa é eu ser a favor da legalização da droga cujo mercado já é estabelecido e muito pouco se pode fazer a respeito, pelo contrário, a ilegalidade só traz mais consequências negativas. Outra coisa é eu ser a favor de legalizar um mercado que alimenta a caça controlada de vidas, já em risco, acreditando que isso será uma forma eficaz de coibir a caça ilegal e preservar as espécies, quando na verdade há muito o que se pode fazer para evitar a extinção.
Convido os leitores para darem uma olhada neste artigo: https://asaspraquetequero.com/2015/08/03/lion-park-turismo-africa-do-sul-caca/
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Que bom ver opinioes discordantes. Sempre acreditei que as melhores soluções surgem de discussoes livres onde os mais diversos pontos de vista podem ser avaliados. Nao sou o dono da verdade. Apenas procuro defender meu ponto de vista sem desrespeitar outros.
O que quis dizer em relação aos parques de animais ( e por extensao aos zoologicos ) é que talvez nao sejam a unica ou a melhor forma de preservar a vida de especies ameaçadas, mas sem duvida sao melhores que um banco de DNA de especies extintas…
Qual a diferença entre criar leoes, guepardos,etc para caça, e vacas, bezerros, frangos para hamburguers? Ou sacrificar caes, gatos e outros bichos para controle de zoonoses? Em todos os casos estamos falando de assassinato plena e simplesmente. Seja indolor, ou sem sofrimento, os meios sao os mesmos, e nao creio que justifiquem os fins. Embora eu nao seja vegetariano…nem caçador.
Eu nao discordo das tuas colocações, apenas digo que “negocios” só sobrevivem se derem lucro, seja vendendo um produto ou serviço, ou por meio de doações, no caso de ONGs que defendem as mais diversas causas.
Infelizmente a realidade é ditada pelos interesses dos homens, e isto nunca vai mudar.
A comparação que fiz com o aborto e as drogas, tambem vale para submeter gente à fome, à pobreza e à guerra em busca da riqueza, seja de diamantes ( como retratado em Diamante de Sangue – Leo DiCaprio e Jennifer Connelly ) , petroleo, etc. Enquanto houver mercado ( ou procura ) haverá gente ofertando.Dá-se a isso o nome de mercado negro, contrabando, atividade ilegal. O resto é semantica.
Apenas o que defendo é que nao devemos ter opções do tipo tudo ou nada, 8 ou 80…
Mas creio que teu blog tem por finalidade difundir o turismo, do qual sou fã e nao discutir questoes filosoficas…
Peço desculpas se desviei do assunto principal, pois nao era a minha intenção.
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Ely,
Entendo as suas colocações e concordo com muito do que você expõe. E, honestamente, adoraria discutir mais o tema. Mas isso não seria possível em chat, concorda? São muitos pontos que precisamos considerar.
Especificamente sobre o turismo, posso garantir que nós não podemos dizer que somos avessos ao entretenimento, digamos, às custas dos animais ( feio falar assim, não é?). Nós adoramos interagir com a vida selvagem e também somos carnívoros ( mas para defender essa aparente dissonância eu teria que escrever outro post. Quem sabe um dia…). No entanto, ao praticarmos estas atividades, seguimos um política de redução de danos. Isto é, antes de visitar ou realizar qualquer atividade, pesquisamos bastante a reputação do lugar e qual real impacto disso, seja ele positivo – como o compromisso com educação ambiental-, seja negativo, como por exemplo, maus tratos.
Penso que o turista de hoje precisa se informar e fazer as coisas com consciência. E aí fica na conta de cada um avaliar qual o peso que sente ao matar um boi para um churrasco, ou fomentar a procriação de um filhote de leão para ter 15 minutos de brincadeira. Veja, isso é só um exemplo, onde nos dois casos, estamos assassinando.
Finalizo apenas destacando que não acho que você desviou do assunto, pelo contrário! A proposta desse e de outros textos que escrevi sobre a África é também provocar as pessoas. Passar informações além daquelas que encontramos nos sites e nas páginas de turismo, para que cada um tome a decisão consciente e coerente com aquilo em que acredita.
Nos vemos em outras postagens ( ou nessa! )!!
Abs,
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Bom dia !
Compartilho da mesma linha de pensamento que vc !
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Que bacana! Adorei o texto!
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Gente fui ao lion Park mas com o pé atras, pois sou totalmente contra aprisionar animais e tal…mas enfim…estava com um grupo, e fomos, o que me deixou mais tranquila, foi o fato de que, os filhotes de leoes que vimos la e interagimos, NAO são afastados das mães por um motivo ruim…ai vai….Toda leoa da a luz ha uns 6, 7 filhotes, porem, ela apenas alimenta 4 deles(os que dao sorte), pois possui apenas quatro tetas, os outros ficam órfãos, sim, ela não os alimenta, e mata para come-los. O que o parque faz é resgatar estes animais órfaos, cuidar ate uns 6 meses e soltamos novamente. Eu fui varias vezes ao parque, e a rotatividade desses filhotes é realmente grande. eles não ficam aprisionados la por muitos tempo, somente ate crescerem um pouco.
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A pergunta é: soltam os filhotes aonde?? Certamente não no Lion Park.
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Pela primeira vez eu vi um blog realmente falar a verdade. Eu passei pela mesma situação de ficar enlouquecida com a ideia de pegar um filhote de leão. Chegando lá, meu guia que era local, falou de todos os contras do lugar… mesmo assim, por puro egoismo e empolgação, continuamos o passeio. E ele nos mostrou todos os detalhes das condições ruins que os leões viviam, e percebemos que os animais realmente não estavam felizes. A interação com os filhotes é realmente incrível, mas errado. Filhote é para estar ao lado da mãe, leões não se separam, eles permanecem unidos em bando por toda a vida. A conclusão que eu cheguei é que nada justifica o entretenimento as custas daqueles animais. Fico imaginando o faturamento deles em cima disso tudo!
Eu amo animais, adoraria entrar em contato com vários, e já fiz muito, mas hoje penso que fui egoísta e não está certo. Nunca mais!
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Luciana, eu me vi na mesma situação que você. Fico com sentimento de culpa enorme e a certeza, após tudo o que pude investigar a respeito, de que fiz algo errado.
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Pesquisando sobre o assunto, pois acabei de organizar minha semana de trabalho voluntário com animais na África do Sul (em uma reserva que declarou que não apóia e nunca se envolverá em atividades ligadas a canned huting), encontrei essa declaração do CEO do Lion Park em resposta à CBS, que pode lhe interessar: http://www.lionpark-volunteers.com/wp-content/uploads/2014/08/CBS-Response.pdf
Claro que não podemos ter certeza da honestidade de ninguém, mas eu sou mais a favor de acreditar nas pessoas, na esperança de vivermos em um mundo mais civilizado.
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Oi Daniella! Eu já tinha conhecimento da acusação da CBS ( não na época que estive no parque!). Mas é como vc disse, não há realmente como ter certeza. Eu prefiro acreditar tb que este parque não está envolvido, até pq estive lá. Se fizeres seu voluntariado lá, passa aqui depois pra compartilhar a sua experiência!
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Estou adorando seu blog.
Parabéns!!!
Vc Conta tudo com tanta riqueza de detalhes que parece que estou lá! Adorei.
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Muito obrigada Bruna e q bom q vc gostou! Minha intenção é exatamente fazer com que vcs sintam um pouquinho do q sentimos nestes lugares incríveis!
Abs,
Carla
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