O dia começou bem cedo. Despertamos às 5h com o telefonema do ranger. Pela manhã, assim como ao anoitecer, a temperatura em setembro é bem baixa. Frio suficiente para nos agasalharmos.

Nosso desjejum foi no lounge e por volta de umas 6h nosso jipe já estava partindo. No carro, a única coisa a ser levada é a câmera, de preferência uma profissional.

Nosso segundo safári começava….Passamos novamente por diversos tipos de antílopes e javalis, mas quem chamava a atenção eram as girafas. Dezenas de girafas cruzavam o nosso caminho a cada safári. E diferente dos predadores, as girafas paravam o que estavam fazendo e ficavam nos olhando, atentas, como toda boa presa.

Foi no segundo safári que encontramos sem querer querendo um grupo de rinocerontes enquanto procurávamos elefantes. Estávamos rodando há meia hora em círculos esperando que uma família de elefantes em algum momento saísse da mata e atravessasse a estrada de terra. Cosmopolitas como nós jamais teriam percebido os elefantes camuflados no meio dos arbustos distantes. Depois de alertados pelo ranger, passamos a ouvir os estalos de galhos provocados pelos animais. Aguardamos olhando atentamente para os arbustos até que alguns elefantes surgiram. A esta altura, outros dois jipes já aguardavam na mesma estrada. Os elefantes vieram na direção do nosso jipe e para mim este foi ápice do safári. Sacudindo suas orelhas como um claro sinal de incomodo, alguns elefantes passaram na frente do jipe. Foi quando novamente voltamos os olhos para os arbustos e lá vinha uma dezena de outros elefantes e entre eles, alguns filhotes fofíssimos.

Retornamos do safári já eram quase 9h e um farto café da manhã nos aguardava. Já te contei que no Kapama sua vida é fazer safári e comer? Sim, lá come-se o dia inteiro!

Após o primeiro safári matinal o seu tempo é livre até o próximo safári que sairá por volta das 17h. E agora, o que fazer? Voltar a dormir ao som dos galhos que sacodem com o vento ou tomar um banho de piscina são certamente boas opções! Mas estando no Kapama você pode aproveitar para fazer outros passeios durante este intervalo.

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O que mais fazer durante a sua estadia no Kapama Game Reserve:

O SPA merece ser visitado. É necessário fazer um prévio agendamento. Se você não estiver no River Lodge, o seu ranger irá te levar e te buscar em horário combinado e no caminho você faz outro mini safári. Além de massagens e tratamentos, você pode utilizar a bela piscina do SPA que fica de frente para um lago e relaxar no perfeito silêncio por ali mesmo. Com sorte alguns animais apareceram para tomar água.

Mas se você quer fazer um safári no lombo do elefante ou um safári de balão de ar quente você deve solicitar de preferência na noite anterior. Por sorte nós já havíamos feito ambos nos dias anteriores e com valores mais econômicos em outros lugares. O safári de elefante acontece no Camp Jabulani que fica dentro da reserva do Kapama. Apesar disto, este passeio não é restrito aos hóspedes do Kapama e qualquer pessoa na região do Kruger pode fazê-lo.

Um outro passeio bacana, que pode ser feito logo após o café da manhã é a visita ao centro de reprodução e pesquisa de espécies ameaçadas, o Hoedspruit Centre for Endangered Species que também funciona como um centro de reabilitação.

Finalmente se você já gastou todo o seu dinheiro só para se acomodar em um dos lodges do Kapama, você pode optar por uma caminhada gratuita com o seu ranger.

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Fim do dia e partimos para o nosso penúltimo safári. Mais do mesmo? Não exatamente… Rodamos e rodamos até que chegamos a uma enorme planície. Próximo a um rio, avistamos de longe outro leão…Seguimos em frente margeando um lago próximo ao lodge Bufallo Camp e quando menos esperamos uma leoa estava deitada apreciando a paisagem do rio. A leoa se levantou, cruzou por trás do nosso jipe e quando olhamos para o outro lado, um jovem leão ainda devorava um javali.

Os jipes são totalmente abertos e os assentos estão dispostos de forma ascendente, assim em qualquer lugar você terá uma boa visão do que quer que seja. No primeiro dia quando vimos os primeiros leões, nossa sensação de insegurança foi enorme, principalmente após percebermos que o motor do jipe não pegava tão facilmente. Geralmente o ranger desliga o jipe quando estaciona o veículo próximo a algum animal e então observei que ele girava a chave várias vezes até que o carro voltasse a funcionar.

Uma hora depois, agora em uma mata mais fechada, cruzamos um rio onde estavam dois hipopótamos.  Hipopótamos na água passam facilmente despercebidos. Aliás hipopótamos não são o forte desta reserva.

Chegamos próximos a grande grupo de búfalos. Embora sejam um dos big five, o búfalo não é bem o que queríamos ver. Enquanto isso, as aves e os macacos começavam a gritar de algum canto da mata. Sabíamos que havia algo por ali e nosso ranger também. Entramos mais para dentro da mata em busca de algo que não sabíamos bem o que era. E então encontramos outro Leopardo!! Deitado e apreensivo! Os búfalos estavam por perto e não demorou muito para o leopardo se levantar e cruzar a estrada de terra. Em segundos esse belíssimo animal desapareceu na savana. Saímos dali quando um outro jipe se aproximava, provavelmente na intenção de ver o leopardo que havia acabado de partir…

Diferente dos outros animais que vivem em bandos e por isso são mais fáceis de serem avistados, nosso ranger nos explicou que os leopardos, por serem solitários e subirem em árvores, são os animais mais difíceis de serem encontrados durante um safári.  Então, nós estávamos no lucro com nosso segundo e último encontro com um deles.

Assistimos um belíssimo pôr do sol, daqueles que a gente vê nos documentários e seguimos adiante. Durante a noite, novamente não encontramos “ninguém”. Para compensar essa falsa solidão, fizemos uma parada. O ranger desligou o motor e apagou as lanternas do jipe. Permanecemos ali por alguns minutos apreensivos no mais natural silêncio do mundo, iluminados apenas pelo céu estrelado. Nosso ranger sacou um laser e começou a apontar para as constelações e a explica-las proporcionado mais um momento de reflexão e sabedoria.

De volta ao hotel, nosso jantar foi especial. Naquela noite jantamos no boma. No caminho escuro do nosso quarto até o boma ouvimos um barulho que nos assustou. Reportamos ao ranger, imitamos o barulho e ele nos disse que deveriam ser hienas. Segundo ele, não é raro que as hienas se aproximem da cerca do lodge durante a noite, atraídas pelo cheiro dos grelhados…espertinhas….

O boma é uma área ao ar livre cercada por toras de madeira e iluminada por tochas. Em torno de uma fogueira estavam as mesas iluminadas com velas. O menu eram essencialmente grelhados feitos na hora.  Mas para mim (chata para comer) um prato especial me aguardava. Havia me esquecido que preenchi no site que gostaria de jantar uma massa com peixe se possível fosse. Na realidade eu estava apavorada de não  haver nada que eu gostasse de comer, mas chegando lá nem lembrei disso. Mas eles lembraram…

Quando chegou a hora do nosso último safári no Kapama, ao atender aquele telefonema às 5h da manhã chegamos a pensar em desistir, afinal já tínhamos visto de tudo um pouco. Lembrei-me do valor que pagamos e imediatamente levantei. Nosso último safári foi somente para nós dois! Encontramos outro hipopótamo submerso em um lago ( de novo!) e um grande leão macho ainda manchado de sangue. Mas o melhor foram as girafas que encontramos próximo a outro lago. Havia uma pequena concentração delas. As jovens girafas pareciam brigar ou dançar, não sei ao certo. Estavam batendo seus pescoços uma na outra, parecia ser uma dança ou brincadeira mas nosso ranger informou que elas estavam praticando a defesa. Aff…não sei se é verdade ou não, só sei que passamos um bom tempo ali apenas assistindo ao belo espetáculo da natureza.

Dicas úteis para o seu safári:

#Dicas 1: Não deixe para reservar seu safári no Kapama em cima da hora. Quanto maior a antecedência, maior a chance de conseguir vaga no quarto e no lodge de sua preferência.

#Dica 2: Leve tudo o que você precisar e isso inclui repelentes, protetor solar, medicamentos, câmeras e memory cards extras. Não há como comprar nada nos dias em que você estiver por lá, exceto souvenirs na gift shop. Eles até vendem binóculos, mas lá tudo é mais caro.

#Dica 3: Leve roupas confortáveis, casacos e roupa de banho, pois você vai querer relaxar na piscina. Não se esqueça de que esta é uma área de risco para a Malária, portanto, nada de shortinho e camisetinha com perninhas e braços de fora. Só na piscina mesmo…

#Dica 4: Providencie a melhor câmera possível com um bom zoom que substituirá os binóculos. Afinal ninguém usa binóculo mesmo… Nem sempre você vai ter a sorte de ver o animal passar ao lado do veículo.

 

 

 

 

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